Municípios vão ajudar Fundação Gedor Silveira com R$2,5 mil por mês
Prefeitos dos municípios que integram a Associação Pública dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Grande (AMEG), se reuniram na manhã desta terça-feira, (12), na sede da associação em Passos, para mais uma rodada de discussões em busca de uma solução para auxiliar na manutenção do Hospital Gedor Silveira, instalado no município de São Sebastião do Paraíso, referência no tratamento de pacientes com sofrimento mental em toda a região.
Logo no início da reunião, o prefeito de São Sebastião do Paraíso, Marcelo Morais, informou que ontem (11), em contato com o Ministério Público, foi aventada a possibilidade dos municípios que assinem um termo de fomento ao tratamento dos transtornos mentais, comportamentais e internações psiquiátricas. Segundo o prefeito, a proposta seria boa para recuperação do hospital, porém traria muitos problemas para os municípios pequenos, principalmente aqueles que têm dois ou mais pacientes internados, porque o valor ficaria muito alto para o município arcar podendo chegar a R$28 mil por mês. “Sendo assim, minha proposta é um pouco diferente. Proponho que todos os municípios da região, independente de ter ou não paciente internado no momento, contribua com o valor de R$2.500,00 por mês. Se os municípios toparem, a gente salva o hospital”, pontuou o prefeito.
Conforme Morais, já existe um compromisso firmado pelo Secretário de Estado de Saúde de Minas Gerais, Dr. Fábio Baccheretti em resolver o problema do hospital a médio e longo prazo. “O que estamos propondo é uma ajuda das 154 prefeituras de toda a região por apenas um ano. São R$30 mil para cada prefeitura num intervalo de 12 meses para que o hospital possa ter fluxo para respirar enquanto a gente consegue resolver esta questão com o governo estadual”, concluiu.
Apesar de não ter nenhum paciente internado no Gedor Silveira, o prefeito de Bom Jesus da Penha, Nei André Freire, cidade com pouco mais de 4 mil habitantes, afirmou que embora não possua moradores da sua cidade hospitalizados é importante ajudar o hospital neste momento de crise porque é bom saber que a região, se precisar, pode contar com o hospital aberto para atender a população.
Após ouvir o prefeito Marcelo Morais, o presidente da AMEG e prefeito de Passos, Diego Oliveira, ressaltou que a proposta era plausível e que estavam presentes na reunião prefeitos da AMEG e da AMOG, cujo seu presidente, o prefeito de Monte Santo de Minas, Carlos Eduardo Donnabella também estava presente. Segundo o presidente da AMEG, “a proposta apresentada pelo prefeito Marcelo não vai apertar os municípios, ainda mais se a cidade precisar de uma internação, porque os prefeitos sabem o quanto uma internação particular é cara para os municípios”, afirmou o presidente da AMEG, reforçando que nenhuma cidade será obrigada a repassar este valor, mas que o trabalho dos prefeitos será de conscientizar os demais prefeitos de toda a região, que sai mais barato auxiliar o hospital e ter a possibilidade de internar um paciente da sua cidade sem outros custos do que ter que gastar cerca de R$ 7.500,00 mensalmente por paciente em uma clínica particular.
Todos os prefeitos presentes fizeram uso da palavra e concordaram com a proposta de custeio do hospital pelos próximos 12 meses. Por sua vez, o presidente da AMOG e prefeito de Monte Santo de Minas, Carlos Eduardo Donnabella, seguiu o entendimento dos demais prefeitos presentes à reunião e informou que iria levar a proposta aos demais prefeitos que integram seu consórcio acreditando que eles também devem aceitar a proposta e auxiliar o hospital.
Segundo informou a promotora de São Sebastião do Paraíso, Dra. Manuella de Oliveira Nunes Maranhão Ayres Ferreira, devido à situação atual do hospital, um procedimento administrativo dentro da promotoria de São Sebastião do Paraíso, o gestor pleno do hospital, que é o município de Paraíso, foi notificado no dia 27 de julho de que em 90 dias o hospital deveria ter suas atividades encerradas. Porém, com a mobilização que está havendo entre os municípios, foi possível desenhar uma espécie de termo de fomento, que, se de fato os municípios aderirem, a instituição poderá se recuperar financeiramente e continuar prestando atendimento à população, pelo menos nos próximos 12 meses até uma posição do governo estadual.
Em sua fala, o promotor de Passos, Dr. Eder Capute, afirmou que já viu esta cena com outros hospitais da região e conhece bem este processo. “Eu penso que temos mesmo que trabalhar para a manutenção do hospital, ele é necessário mas o recado que eu quero deixar aos senhores é que nós precisamos implementar nas nossas regiões efetivamente a rede de atenção psicossocial, porque não vai ter como fugir. Esse é o futuro, e os hospitais vão sempre ficar nesta corda bamba, fecha não fecha, então não dá para apostar todas as fichas do atendimento psicossocial no hospital”, alertou o promotor, frisando que é importante que os municípios que não têm essa rede a criem rapidamente, e os que já possuem, que a fortaleçam.
Ao todo, 19 municípios da região foram representados por seus prefeitos ou vice-prefeitos. Pela AMEG estavam presentes os gestores de 13 municípios: Capetinga, Cássia, Claraval, Delfinópolis, Fortaleza de Minas, Ibiraci, Itaú de Minas, Passos, Pratápolis, São João Batista do Glória, São José da Barra, São Sebastião do Paraíso e São Tomás de Aquino. Já pela Associação dos Municípios da Microrregião da Baixa Mogiana (AMOG), outros 5 municípios foram representados sendo eles: Arceburgo, Bom Jesus da Penha, Cabo Verde, Jacuí e Monte Santo de Minas.